A noite de sexta-feira (8) entrou para a história da literatura e do jornalismo brasileiro com a posse de Míriam Leitão na cadeira número 7 da Academia Brasileira de Letras (ABL). A cerimônia, realizada no tradicional salão nobre da sede da instituição, no Rio de Janeiro, reuniu autoridades, escritores, artistas e amigos da jornalista, que foi eleita em abril deste ano para suceder o cineasta Cacá Diegues.
Em um momento carregado de simbolismo, Míriam foi conduzida ao recinto por Fernanda Montenegro, Lilia Schwarcz e Rosiska Darcy, três acadêmicas que representam a presença feminina na Casa de Machado de Assis. A recepção incluiu discursos calorosos e a entrega das insígnias que oficializam sua entrada no quadro de “imortais”.
Durante seu pronunciamento, Míriam destacou o papel central que a literatura exerceu em sua trajetória: “A paixão pelos livros moldou minha vida e me trouxe até aqui. É um amor que atravessa décadas e que sigo cultivando todos os dias”, afirmou, emocionada. Ela também fez questão de homenagear as mulheres que a precederam na Academia, reforçando a importância da representatividade num espaço que, ao longo de seus mais de cem anos de existência, teve poucas integrantes do sexo feminino.
Natural de Caratinga (MG), Míriam Leitão construiu uma carreira de mais de cinco décadas no jornalismo, atuando como repórter, colunista e comentarista em alguns dos principais veículos do país. Ao longo do caminho, também se firmou como autora de obras que transitam entre a economia, a política, a memória e a ficção, somando mais de uma dezena de livros publicados.
Com sua posse, a cadeira 7 passa a abrigar não apenas o legado de um novo nome na literatura brasileira, mas também o compromisso com a pluralidade de vozes e a valorização da língua portuguesa.

